11 de fevereiro de 2008

A Presidência Aberta do Pedro

Fonte: Jornal Público



No seu segundo mandato como Presidente da República, Mário Soares acrescentou uma iniciativa de desgaste do governo cavaquista, às habituais mensagens e fiscalizações sucessivas à lei: a presidência aberta. Na companhia de um batalhão de jornalistas, o Presidente da República apresentava um país real que não coincidia frequentemente com o país do governo… E Cavaco Silva ressentiu-se.




Nesse mesmo estilo, o renascido Santana Lopes deu início a uma acção semelhante, embora tenha inaugurado um aspecto merecedor de particular atenção, o qual se relaciona com os intestinos do seu próprio partido: Santana Lopes procura desgastar o governo e, em simultâneo, reforçar a liderança bicéfala do PSD.




E tem um álibi: sabedor que a teoria não corresponde à prática do regime, o social-democrata goza do benefício da dúvida ao aproximar eleitos de eleitores, ao consagrar a ligação dos deputados aos respectivos círculos eleitorais.




Além disso, goza do benefício da dúvida – mesmo que saibamos tratar-se de pura estratégia – porque de facto, a esmagadora maioria dos deputados à Assembleia da República não conhece os círculos eleitorais pelos quais foram eleitos. Nem se estão para maçar, pois conhecem muito bem os corredores dos partidos.

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