18 de abril de 2008

Entra-e-sai no PSD

A curta passagem de Luís Filipe Meneses pela liderança do PSD foi marcada por duas características: uma liderança bicéfala partilhada com o líder da bancada parlamentar, Pedro Santana Lopes, a qual se revelou tão conjuntiva quanto disjuntiva; um estilo populista porque nunca centrou o discurso sob o ponto de vista ideológico, optando por oferecer de bandeja aquilo que as massas esperam ouvir.

Permanecer na liderança começou a tornar-se um tormento porque, à desconfiança inicial de alguns sectores do partido, juntou-se um coro de vozes críticas provenientes de alguns «pesos-pesados» sociais-democratas. Este tipo de intervenção dos «notáveis» não é novo, tendo sido igualmente posto em prática no também curto reinado de Santana Lopes à frente do governo e do PSD. A pergunta que se impõe é a seguinte: se não os querem lá, por que razão os deixam para lá ir?

Talvez a resposta radique numa orfandade sentida pelos militantes. Desde a saída de Cavaco Silva, o PSD apenas conseguiu estabilizar vagamente com a liderança e conquistas do arrivista Durão Barroso para entrar de novo num imenso deserto, à primeira oferta de emprego fora do país. Mas não se julgue que não há militantes dignos de um apoio sério e excitado por parte desses notáveis. Acontece que os bons, ou se piram daqui para fora (como em outros partidos), ou estão amanhados (como em outros partidos), ou sucumbem à lógica clientelista em que os principais partidos chafurdam.

A inevitável saída do autarca de VN Gaia aconteceu ontem à noite, para gáudio de muitos. Como no futebol, os meios de comunicação social especulam sobre vários nomes.

Pessoalmente, gostava de assistir ao regresso do verdadeiro surviver, Pedro Santana Lopes. Por duas razões: assumo que admiro a persistência de um homem; e, certamente voltaria a ter muitos, grandes e felizes momentos aqui no blogue.

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