13 de junho de 2008

E agora, Europa?

Os irlandeses preferiram o recato e a segurança do nacionalismo à diluição da pátria celta na imensidão de uma ideia de Europa, apesar da convicção de George Steiner. Não somos iguais e a tão propalada herança cultural comum não chegou para convencer um país que escalou vertiginosamente a escada do sucesso. Talvez por isso mesmo, não se revê nos latinos nem nos eslavos, bárbaros dos tempos de hoje.

Nós, por cá, temos a maior ponte da Europa e o maior lago artificial mas continuaremos arredados das grandes decisões. A Europa recusou ter como farol, um tratado com o nome de Lisboa, ainda que tenhamos sido nós quem lhes alargou o exíguo mundo em que se acotovelavam antes de saírem para o mar. A identidade europeia confunde-se, por estes dias, com o sucesso económico. Os irlandeses estão a viver o seu período de «pós guerra». Dentro de duas gerações também serão pós-materialistas como os alemães. E amigos dos pequeninos, claro. Nós, continuaremos subservientes e seguidistas, sem nada de novo a acrescentar, a não ser boas intenções.

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