19 de novembro de 2008

Cultura política paroquial

Hoje, a FENPROF vai cumprir o que resta para desgraçar a ministra da educação.

Estoicamente isolada e visivelmente abatida por começar finalmente a compreender a dimensão do problema que arranjou (em particular, pelo elemento disfuncional que exige introduzir no sistema), Maria de Lurdes Rodrigues não vai ceder nas pretensões da FENPROF em suspender a avaliação, conduzindo ao esperado e imediato abandono da reunião pelos representantes dos professores.

Em contrapartida, depois das declarações de Manuela Ferreira Leite e da imediata condenação pelo PS, o governo ficou com a responsabilidade de demonstrar que em democracia é possível fazer reformas. Isso faz-se à mesa das negociações e, sobretudo, com boa-fé no desfecho das mesmas.

Como em tudo na vida, o mandato desta senhora à frente do ministério da educação tem um lado positivo: pela primeira vez neste país, a avaliação dos professores é vista como uma necessidade. Nesse caso, serão os professores quem ficará com o ónus e responsabilidade de implementar um modelo de avaliação sério e rigoroso. A opinião pública já não poderá tolerar mais deslizes.

Para os que têm dúvidas sobre a validade das declarações de Manuela Ferreira Leite, recordo todos os países da União Europeia, cuja consolidação democrática nunca os impediu de reformar e ter sistemas de educação com bons resultados. Talvez porque não têm uma cultura política paroquial como a nossa.

1 comentário:

Anónimo disse...

"A Fenprof-Federação Nacional de Professores abandonou a reunião que decorria esta manhã no Ministério da Educação, em Lisboa, com a ministra da Educação, por esta se recusar a suspender o actual processo de avaliação de professores".