12 de dezembro de 2008

O regresso do Estado?

Os senadores republicados inviabilizaram o acordo de ajuda aos construtores automóveis americanos, proposto pelos democratas. Nisto, pelo menos, são coerentes com os princípios do liberalismo económico: os mercados ajustam-se por si próprios sem a necessidade de intervenção pública. «Se o sector foi mal gerido, então que dê o tombo». Claro que os danos sociais imediatos são relativizados ou, no limite, completamente ignorados. São cerca de 2,2 milhões de postos de trabalho que estão em jogo. Se os estados não viabilizarem estas empresas, garantem que os gestores sejam responsabilizados. Isso é justo. Mas os prejuízos sociais e económicos serão imprevisíveis.

Há, por outro lado, uma animosidade popular muitas vezes associada à esquerda que não compreendo inteiramente porque, do ponto de vista ideológico, o «regresso do Estado» representa justamente os princípios marxistas herdados pela social-democracia (socialismo em Portugal) e pelo comunismo. Ainda que esse regresso seja feito em pezinhos de lã. Deviam, sobretudo, participar no reforço do poder de regulação do Estado que não passa unicamente pela «salvação» de empresas; mas também.

Seja como for, perante uma crise económica desta magnitude, não se pode proteger os direitos dos trabalhadores deixando cair os postos de trabalho criados pelas empresas. Não vejo como. Aplica-se o valor que custou a nacionalização do BPN em subsídios de desemprego que não criam riqueza? É essa a alternativa?

2 comentários:

Anónimo disse...

Nacionalizar BPN e este banco ficar nas mãos do Estado, não voltar de novo para privados.

É impressionanrte o que está acontecer por este mundo, bancos vão à falência por gestão danosa dos respectivos administradores, que saem com chorudas indeminizações e sem que alguém lhes peça responsabilidades.

Qua tipo de democracia é esta?
Que mundo é este em que vivemos, em que se cometem flagrantes roubos e a culpa fica solteira.

Porra, a culpa é deste capitalismo selvagem que nos tentam impingir,

É possível viver noutro tipo de sociedade que não o capitalismo.

Anónimo disse...

O dinheiro que nacionalizou o bpn poderia ter sido aplicado para acabar com a pobreza em Portugal. Existem 2 milhões de pobres em Portugal e é uma afronta a verba que foi disponibilizada para salvar bancos privados.

Há pessoas que ganham uma miséria de vencimento e lutam por melhores salários. O governo diz que não tem dinheiro para aumentar salários mas aparece de repente verba para os bancos.

O aumento de 2.9%, na prática não é aumento nenhum.