4 de setembro de 2009

Conspiração ou toleima?

O PS até podia não ter interferido directamente na suspensão do pasquim da Manuela Moura Guedes, consciente do impacto que uma notícia destas teria na opinião pública a três semanas das eleições. Mas também podia ter interferido, jogando justamente com a reacção da opinião pública àquilo que seguramente consideraria uma palermice do PS (para além de todas as acusações de cooptação das liberdades e garantias democráticas). Neste último caso, a teoria da sabotagem conspirativa serviria muito bem a estratégia de vitimização trilhada pelos dirigentes socialistas.

E também poderia ter sido, de facto, vítima de uma cabala engendrada por forças hostis e eventualmente afectas a outras sensibilidades políticas; ou pelo Manuel Alegre, cioso do seu socialismo.


Tenha ou não influenciado a suspensão do Jornal de Sexta, parece admissível a tese de um governo ter suficiente poder para o fazer num cenário em que é o princípio de mercado que norteia as restantes esferas, incluindo a massacrada deontologia do jornalismo.

A oposição, essa, está mais preocupada em explorar e aproveitar politicamente o caso sem que isso a conduza numa reflexão o «polvo» de que falava José Eduardo Moniz em entrevista aos meios de comunicação social.

Certo, certo é que ninguém no seu perfeito juízo suspenderia um programa líder de audiências e que nunca fez cerimónia com a sua linha editorial pecaminosa e parcial. Muito menos a três semanas das eleições legislativas e com o argumento da homogeneidade do programa após largos meses de pândega e excessos.


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