12 de outubro de 2009

Escolas públicas continuam sub-avaliadas?

Elaborado com base nos exames nacionais dos 11º e 12º anos de escolaridade, o ranking de escolas agora publicado não é nada simpático para a escola pública. Restringida unicamente aos exames nacionais, esta avaliação expurga os desfasamentos que hipoteticamente resultariam de facilitismo na escola privada mas não desfaz as dúvidas estatísticas relativamente a estabelecimentos de ensino cujo universo de casos observados é quantitativamente irrelevante. Esse é o caso da escola pública melhor classificada (líder de uma lista em que as primeiras 20 escolas são privadas).

É certo que muitas destas escolas privadas são particularmente atraentes para os melhores docentes.
É certo que, pela via da selecção sócio-económica, expurgam focos de instabilidade.
É certo, ainda, que a sua raison d'être é a qualidade de ensino pelo que as metas de sucesso são muito claras (para os que cumprem e para os que não cumprem).

Ainda assim, o cenário de ruptura montado pela ministra da educação e pelo anterior governo (2005-2009) terá certamente contribuido para o abandono, insatisfação e desmotivação que grassam na escola pública. Seria absurdo se, à frente de interesses corporativos e interesses de gestão economicista, estivessem os interesses legítimos do Estado e, com ele, os interesses dos alunos?

3 comentários:

Anónimo disse...

As escolas, os professores foram muito mal tratados por este governo.

É lastimável ver os livros escolares e ver como os temas abordados, quantos vezes são infantilizados. Não são manuais que promovam os porquês.

Será que a opinião pública sabe do que se passa nas escolas públicas?
Será que a população em geral sabe do número de crianças que chega à escola sem pequeno almoço e que se os auxiliares e professores não estiverem atentos, aquelas crianças não terão uma refeição diária?
Sim há fome em Portugal.

Como podem as crianças aprender, se ainda não tomaram a primeira refeição do dia?

Sócrates dá os computadores magalhães a crianças que passam fome. Pois é, mas os computadores não se comem, não matam a fome.

Ana Carla disse...

Provavelmente uma boa parte da opinião pública até faz ideia do que se passa nas escolas, pelo menos os pais dos alunos. Mas isso levanta a questão da «qualidade» dos encarregados de educação.

EM ROID HALL disse...

é, somos um país de "distraidos"...o termo "filhos-da-puta", ficava aqui mal...