5 de novembro de 2009

Nenhuma ideia de justiça

De tempos a tempos os tementes ao Estado português são varridos por uma onda ilusória de esperança e emancipação cívica: "agora é que o combóio entra nos eixos", parece o povo dos «brandos costumes» consolar-se em jeito de acomodação tácita aos maus costumes dos homens seus vizinhos e amigos. Também de tempos a tempos, uns quantos desaparecem providencialmente para o Brasil, para África ou para uma quinta no Alentejo e aguardam que a poeira assente... nas redacções.  A impunidade patrocinada pela rede informal de amigos e pelo próprio sistema judicial encarregar-se-á de absolver indivíduos que, afinal, até demonstram desapego pelo poder e respeito pelas regras quando, sob suspeita, decidem demitir-se e renunciar [provisoriamente] às mordomias que o Estado lhes proporciona (as lícitas e as ilícitas). Mas, poder-se-á falar de impunidade num mundo em que a ideia de crime foi quase totalmente usurpada pelos delitos comuns, pelos crimes de sangue (e os hediondos socialmente como a pedofilia) e, sobretudo, afastada da delicadeza e nobreza de um colarinho branco?

Nã... cada macaco no seu galho... 

1 comentário:

Mariana Alentejana disse...

Escreves mesmo bem pá... Sou tua fã incondicional!