11 de julho de 2005

Ode ao desenvolvimento sustentável II



O que pode justificar abortos destes (como já tínhamos dado conta aqui), senão a ganância de operadores privados e a anuência de executivos municipais? Eventuais acusações de corrupção não cabem aqui, ficam para o Ministério Público. Eventualmente.

O pitoresco recanto enquadrado por íngremes falésias que outrora se reconhecia em Sesimbra, está transformado num emaranhado caótico de betão, ferro e tijolos que se precipita em toda a linha costeira sobre o mar, num espectáculo arrepiante e esteticamente asqueroso.

É este modelo de «progresso» que deseja o autarca de Grândola, sabe-se lá se movido por ideias falaciosas de qualidade de vida, se pela perspectiva de uma reforma dourada…

Só se entende este tipo de cedências incompreensíveis, num quadro de satisfação da voracidade de gente sem escrúpulos, perante o qual a própria CCDR se auto-consome, viabilizando o empreendimento da Sonae em Tróia e violando os sucessivos pareceres da Direcção Regional de Ambiente.

O que faz a CCDR emitir pareceres dissonantes num tão curto espaço de tempo? Só me ocorre pensar que foi operada recentemente uma mudança de governo, e em ambiente de mudanças há necessariamente… mudanças. Que condições objectivas e concretas transformaram a necessidade de preservar na necessidade de dar ao desbarato?

1 comentário:

Anónimo disse...

O que "interpreto" desta fotografia é que se trata de um paquete moderno para albergar - e proteger em curtíssimo tempo - os nossos banhistas, não vá ocorrer indícios de "tsunami"... É, pois, "ao contrário" da opinião de ARV, um exemplo brilhante de eficaz proactividade na segurança das nossas praias...