7 de dezembro de 2006

à tout propos (249)

A vida em democracia pode resutar num engulho de tenebrosa ingestão, em particular porque o modelo se inspira nos ideais iluministas da liberdade e autonomia individual. Perante um singular enquadramento como o que é dado, compreendem-se as angústias, lamentos e indignações daqueles que, de uma forma ou de outra, julgam que os deuses lhes deveriam ter sido mais favoráveis. Passamos a transcrever uma destas passagens, em que o autor nos relata a imensa dor da impotência:
«Natal mas é o caralho! A identidade é um dos desafios que define um gajo que se esforça para ser liberal old fashion. Na prática, significa isto que quem é livre confronta-se com os seus limites. Ora aqui surge um problema. Um gajo, criatura como qualquer outra, tem que (con)viver consigo, sendo que é o produto de uma vontade ou de um acidente a que é alheio. A senhora sua mãezinha e o senhor seu pai conceberam-no e, por isso, é por determinação estranha que um gajo é neste mundo. O seu limite primordial, portanto, é um limite contingente, não determinado ou passível de controlo por si. Um gajo é obrigado à vida por outros. E é após e sobre tal obrigação que é possível a liberdade. Óquei. Mas em que medida é que a posteriori é possível implicar os respectivos progenitores e a porra do Estado?, rogando-lhes uma indemnização por danos morais. Não é que, em concreto, ele tenha motivos de queixa da senhora sua mãezinha e do senhor seu pai. Mas se o pariram e criaram em Portugal, sem que ele tenha a mínima responsabilidade no caso, alguém deveria pagar. Ele, claro, é uma vítima. Tanto que, ultrapassada a franquia dos dezoito anos, sequer lhe reconhecem o direito ao suicídio.»
Segismundo, in Albergue dos Danados.
Segismundo, não estás sozinho!

25 comentários:

Anónimo disse...

resultar...

Anónimo disse...

hahahahahaahaha. pior que isso é ser alvo de uma unanimidade só rompida por «inteligentes» correcções ortográficas. é gaja!...

Anónimo disse...

Pensam demais, é o que é... a fritura da mioleira leva mais rapidamente ao suícídio que aliás é um direito de qualquer um.
Uma vez feito... puff, já o morto deixa de ter algo a ver com isso. Enquadra-se na democracia prática, não vos parece?

Anónimo disse...

É gaja, é gaja. Atenta, atenta. O puto anda p'raí a partir pedra e depois é o que dá.

THE DUDE

Anónimo disse...

O suicídio é proibido por lei né ???

Anónimo disse...

E as drogas? E bater na mulher ou na mãezinha? E violar a enteada? É proibido por lei né?

Anónimo disse...

ó parte pedra: esqueci-me de dizer que eu, THE DUDE sou alto leigo em matéria de DIREITO e the quase tudo. Mas no que respeita ao Suícidio convenhamos que, a partir do momento que se dá um tiro na cabeça, vai a proibição para o diabo.
No suícidio muita coisa é discutível... porém não é o morto que vai ser punido por ter violado a Lei.
Ou temos crentes no Purgatório?
Já a Eutanásia... caramba, isso é que é um autêntico desespero e impotência perante a única e desejada saída para quem quer morrer, inclusivé com o apoio de quem lhe é mais chegado e a amiga lei não deixa.

Anónimo disse...

eu nas tintas ela é que anda a partir pedra ... aquele que tentou e foi apanhado “vai preso”lol
sou a favor do aborto até aos 30 anos e da eutanásia a partir dos 30 anos .

Anónimo disse...

eheheheheheheheheheheheh!não é gaja!
Só uma dúvida: porque é que quando têm cancro vão ao hospital, não era mais fácil resolver logo o vosso problema existencial?! A própria natureza encarregar-se-ia de o resolver. Ou a vida não é um valor maior?!

Anónimo disse...

É gaja!

Anónimo disse...

Fartava-me de rir se não fosse!!!!!

Anónimo disse...

porquê? Há mal se for gajo?

Anónimo disse...

Mas importa o género para a formulação da ideia?

Anónimo disse...

se calhar é gajo e gaja!

Anónimo disse...

Vote:

xcvcvdnfd23478 - GAJA;

uyrthgtgj65190 - GAJO;

Eu cá voto: xcvc_uyrt_2_6_hibrid_HERMA_F

O género não importa para a formulação da ideia. O formato da ideia é que difere segundo o género. Tchiiiiii! Que conclusão espantosa! Mais vale tarde que nunca!

Por isso hibridemos.

Quanto a Suícídios, Eutanásias, Doenças Crónicas Terminais e afins a resposta parece simples:qual o verdadeiro fim onde REALMENTE queremos investir a nossa energia? Vida ou morte?

Para já no almoço. A vida já leva um pontinho de avanço, hã?

Ó nas tintas: você sabia que os tintarolas como você conseguem partir pedra ainda que enfiados num balde de Stucomat? Já os tenho visto por aí...

DA SIBÉRIA PARA A ROBIALAC

Anónimo disse...

Definitivamente é gaj...
"O formato da ideia é que difere segundo o género". Formato???

Anónimo disse...

Formato: feitio, forma...
configuração de algo na sua apresentação gráfica, estética, ideológica, educativa, bah, bah, bah
Diferenças no armazenamento e escolha da informação e consequente passagem... escolha do canal, por aí... era isso. Podia ser outra palavra, sem dúvida, mas o Dude é um gajo um bocado estúpido, então... olha... formatou-se assim!

CHAPLIN

Anónimo disse...

"Quanto a Suícídios, Eutanásias,(abortos)e afins a resposta parece simples: qual o verdadeiro fim onde REALMENTE queremos investir a nossa energia?"
Todas estas pseudo-discussões deixam de existir se a ideia for clara. "Vida ou morte?" Para mim:VIDA, hoje, ontem, em cada momento.

E independente do formato.

ARV disse...

Independente do formato... Uma opinião, sem dúvida. Controversa certamente para muitos dos que são atormentados diariamente pela dor extrema e inimaginável para nós, os inexperientes saudáveis; e claro, controversa também para os que se vêem impossibilitados de acender sequer um cigarro com as próprias mãos.

Discutível... no espaço das alternativas que restam. Ainda bem.

Anónimo disse...

A riqueza está na pluralidade de opiniões, contudo tal como os pró (eutanásia/aborto/...)advogam espaço para opinião, os pró-vida também advogam esse mesmo espaço e ...respeito.

EM ROID HALL disse...

eu não sou. nem fui.

Anónimo disse...

Anónimo das 16:17h:

Essa do respeito tem muito que se lhe diga...
Respeito, neste caso a quê? E em que contexto?
Eu, "inexperiente saudável", leigo em matéria de DIREITO (nacional, internacional, comunitário), escolho a vida. Posso, quero e faço. E não é uma alternativa. É mesmo uma vontade que me posso dar ao luxo de satisfazer.
Mas os projectos de seres que não pediram para nascer e nascem em seios de famílias completamente disfuncionais que só o que fazem é dar-lhes porrada, dar-lhes fome, traumas e sabe-se lá mais o quê... Esses, porque vêem? Não temos responsabilidade nisso?
É claro que a prevenção é sempre o melhor remédio... mas temos realmente feito esforços no sentido de Educar para a prevenção?
Fazemos isso todos os dias? Com "todos" os que por nós passam? Na conversa com o sobrinho ou com a empregada a dias? Com o homem do talho se bem calha?
Será capaz de me dizer se "viver alguém" de quem gosta muito e souber que essa pessoa deseja intensamente descansar da tortura, por doença altamente incapacitante, não a ajuda a prosseguir esse fim nobre que lhe encurta o sofrimento?
Onde pára a fronteira do amor com o egoísmo?

Com respeito. Só pretendo perceber melhor. É só isso.

THE FUCKING DUDE AGAIN

Anónimo disse...

Independentemente do género, algumas ideias:
O respeito, prende-se com a forma como o outro entende e aceita a nossa escolha: a sua escolha é a vida, é um direito seu, por sinal consagrado na legislação, veja-se a constituição. É o seu espaço, a sua órbita, inviolável. Compreendo-o porque a minha escolha também é a vida.
Contudo reconheço que entre duas pessoas que assumem posições diferentes possam haver momentos de tensão: próximo tenho uma mulher que defende a liberdade da mulher em abortar; que por sinal tem uma relação com alguém cujo valor vida é intocável. Perante uma situação de gravidez não planeada, o risco de tensão aumenta e alguém verá a sua posição fragilizada, ..., mas isso deve de ser equacionado a montante.
Em relação às crianças, oriundas de ambientes mais problemáticos, é definitivamente uma questão social, todos somos corresponsáveis. O Estado Social, que todos criámos e contribuímos para a sua manutenção (independentemente do seu peso relativo), na sua essência deveria ter capacidade de resposta. Acrescento apenas que família é a que ama, não apenas aquela que gera...
Por fim: “Onde pára a fronteira do amor com o egoísmo?”
Também já me coloquei essa questão, quando tive alguém muito próximo em estado “vegetativo” durante longos meses. Lembro apenas que durante este período existiram dias muitos especiais e, que na sequência de um desses dias para mim, quando estive com essa pessoa, ela sorriu; fez-me perceber que estaria tanto ou mais feliz do que eu. Morreu em paz! A sua existência permitiu-me olhar para a vida de forma diferente.
“Onde pára a fronteira do amor com o egoísmo?”. Acredito que o AMOR elimina fronteiras...

Anónimo disse...

Pronto! Com essa do amor, lá vai o DUDE p’rós anjinhos…

Porém, sugere-me ainda dizer, no que respeita à Constituição Portuguesa, que desde o momento em que tomei consciência que a dita escritura se referia a um mamífero como sendo uma coisa/objecto, desconsiderei-a em grande medida na formulação das minhas opiniões.

Quanto ao estado vegetativo outra ideia:

Quando a vida de um ser humano é comparada, observada e classificada como o estado de um vegetal, não existindo verificação de retorno à sua própria vida durante tempo “admissível” para o efeito; quando o estado é “recorrente e persistente” advindo daí a classificação de estado vegetativo crónico, podemos dizer que o ser humano se transformou num vegetal. Física e intelectualmente. Não são claras as percepções que se possam ter sobre a saúde da alma de quem se encontra nessa condição.
Quando acompanhamos diariamente alguém que “vegeta” podemos contar pelos dedos das mãos as vezes que, num ano por exemplo, a pessoa sorri, levanta um dedo de uma mão, emite um som, articula os ossos e os músculos, consegue comunicar, enfim… experimenta o facto de estar viva.
Comparemos agora com a quantidade de vezes em que, durante um ano, olhamos para a mesma pessoa e a vimos sempre ali, imóvel, muda, estática, impávida e nada serena. Há momentos em que do canto externo dos seus olhos brotam lentas e “inanimadas” lágrimas que, por se encontrar deitada, lhe entopem as cavidades auriculares.
Se por acaso estamos por perto e bem atentos, lá vamos nós com o lencinho ou com a fralda limpar o soro. Nessas alturas, às vezes perguntamos-lhe: “Então o que se passa? O que foi querido(a); Que tens fofinho(a)?” Depois lá vem o:”Pronto, já passou, já passou.”
Passou? Quem deu a resposta? Quem disse que passou? Quem é que se convenceu que passou porque é mais fácil? Fomos nós. Tal como somos nós que classificamos os momentos de especiais, sem sabermos se para o outro o momento foi especial. Terá sido? Especial de felicidade? Ou apenas o esgar da morte? Ou trocaram-se mesmo energias?

Muita complexidade e filosofia. Uma vida inteira para compreender isto. Realmente não é fácil.

Cumprimentos de uma onda para outra da mesma maré (aparentemente)

Tranquilos...Ya no hablo más

Anónimo disse...

Tiro os olhos do meu umbigo para ver o estado do planeta ; algo escapo !!!
Chegamos a um ponto elevadíssimo de evolução dai considerar estas leis de supérfluas e arcaicas ....