18 de novembro de 2008

Jamé (em português)

António Vitorino, respeitável aspirante a D. Sebastião no PS e insuspeito homem do establishment, sugeriu que fosse constituída uma espécie de conselho de notáveis, recrutados pelo seu conhecimento e experiência, para trazerem alguma ponderação e luz à necrosada relação entre ministério da educação e professores.


A ideia foi prontamente rejeitada por Augusto Santos Silva, ministro dos assuntos parlamentares e outrora bom escritor de livros de sociologia. De resto, eivada de bons sentimentos, a odiada ministra tem andado num périplo propagandista pelas escolas, apregoando as virtudes do seu modelo de avaliação e mostrando-se disponível para apoiar directamente a sua implementação, acocorada e vestida de fato-macaco. Nessa autêntica campanha de charme mongol, a ministra faz-se acompanhar de professores apoiantes e famintos que, arregimentados pelo PS da Buraca, não esperam outra coisa senão um tacho que os safe da medonha tarefa em que se transformou a leccionação.


Antes, já António Costa (presidente da Câmara Municipal de Lisboa e ex-nº 2 do governo), havia deixado conselhos de prudência aos seus camaradas. Manuel, poeta alegre, também já sentenciou o que tinha para sentenciar e deu num 2º lugar nas presidenciais, à frente do candidato apoiado pelo PS, o histórico e ultimamente lúcido Mário Soares. A um ano das eleições, os avisos sucedem-se. Mas o governo, entrincheirado nas suas fantasias, não cede um milímetro, mesmo que deixe de haver escolas neste país. Esta pretensa despreocupação eleitoralista é louvável. Mas muito pouco eficaz.


Gostava de vos poder deixar com uma gracinha mas hoje, o melhor que me ocorre é o facto de ontem, dia mundial de qualquer coisa contra o fumador ou o tabaco, ter almoçado num restaurante onde é permitido fumar. E fiquei satisfeito porque haviam pessoas que fumavam, aparentemente com prazer, depois do repasto e antes de pagar. Nenhuma era o primeiro-ministro. Talvez porque o restaurante fica perto de uma escola. Ou talvez porque é muito mais punk subverter as normas a 30000 pés de altitude. Jamé, lá dizia o outro...

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece que numa escola onde foram atribuidos vários magalhães às crianças, no final da cerimónia foram-lhes retirados os computadores e justificaram a aatitude dizendo que era só para "demonstração"
Nós somos um pais de faz de conta, um pais cujo governo "demonstra" governar, mas que não governa.