
A curiosidade não é a normal voragem, ainda que em tempos de aperto para a maioria dos clientes; nem a ameaça da pesada «coima» que sobre eles esvoaça sombriamente.
Aqui, a curiosidade tem que ver com o facto do sistema que reivindica dos seus clientes uma conduta em conformidade com o princípio da responsabilização individual é o mesmo sistema que parasitou durante anos esses clientes, estimulando descaradamente uma conduta em desconformidade com o princípio da responsabilização individual, retirando dessa conduta amplos lucros. Ou seja, em altura de aperto, o BPI – tal como todos os outros bancos – vem agora arrogar-se de uma superioridade moral que, devo dizê-lo, mete algum nojo.
Já que estamos em maré de curiosidades, a superioridade moral desta corja é afiançada pela venda de 10% do capital do BPI pelo BCP à filha do déspota angolano José Eduardo dos Santos. Portanto, neste momento, o BPI passa a ter também capital manchado de fome, corrupção, violência e tirania.
Em matéria de superioridade moral, estamos conversados.
2 comentários:
Nós somos o pais da moral e dos bons costumes, já referia Eça de Queiroz nos seus livros, quando retratava a sociedade portuguesa. Muitos são guardiões da superioridade moral, mas quanta coisa escondida.
Abriu-se a caixa de pandora com a crise financeira, muito ainda se vai descobrir.
Os bancos em geral, e o BPI em especial, desde há muito que não constituem exemplo de moralidade e bons costumes. O que dizer das injecções de dinheiro e do facto de os mesmos que tiveram responsabilidades nos fiascos (BPP, BPN, Constâncio e outros que tais) continuarem em funções? Fizeram asneiras e agora os contribuintes têm de pagar para tapar essas mesmas asneiradas!!!! Haja vergonha!!!! Bom ano.
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