3 de fevereiro de 2010

O abominável palhaço ii


As justificações do Jornal de Notícias para a não publicação do texto de Mário Crespo são, deontologicamente, aceitáveis. De facto, trata-se de um texto demasiado personalizado cuja fonte, por mais fidedigna que possa ser, pode levantar fundadas dúvidas visto ser invariavelmente marcada pela subjectividade da interpretação dos factos por alguém que, casual e sensorialmente, regista uma conversa. Portanto, a meu ver, a posição do Jornal de Notícias aparenta, pelo menos, alguma sobriedade e precaução. Aparenta... Porque, afinal, é mais um ataque cerrado ao primeiro-ministro, na senda de outros que Crespo tem vindo a desencadear na coluna de opinião que tinha até há um par de dias. E esse interesse recente do jornalista na figura de José Sócrates não pode ser escamoteada.
Contudo, não é menos verdade que, enquanto profissional, Mário Crespo é detentor de uma carreira excepcional que não pode ser jamais equiparada, salvaguardadas as devidas distinções, à carreira titubeante e ligeira do político José Sócrates. Não obstante aquela soberba narcisista quando vaticinou que ainda estaria para nascer um primeiro-ministro mais competente do que ele em matéria de défice. Os 9,3% de défice das contas públicas em 2009 são esclarecedores.


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