25 de março de 2011

O poder pelo poder

Jean-Claude Juncker disse que as metas do PEC serão cumpridas, conforme lhe garantiu Passos Coelho caso venha a formar governo. Não tendo apresentado um PEC alternativo, é perfeitamente admissível que Passos Coelho tenha em mente as inspiradoras palavras de Manuela Ferreira Leite, para quem o problema não estará nas medidas mas sim em quem as executa. Na vã esperança de que os credores vão mais com a cara do social-democrata do que com a cara do socialista.

Entretanto, em pré-campanha eleitoral, o PSD já apresentou uma surpreendente e eleitoralista proposta de suspensão do modelo de avaliação docente. Surpreendente porque foi preciso esperar pela queda do governo para adoptar medidas populares junto de um segmento profissional cujas reinvidicações jamais encontraram eco nas prioridades dos sociais-democratas. Tem razão a ministra da educação. A deputada do BE, Ana Drago produziu a este respeito declarações de fina ironia ao aplaudir esta decisão do PSD, ainda que só tenha acontecido depois de várias propostas semelhantes apresentadas no passado pelo seu partido, pela CDU e pelo CDS-PP. Seria, em circunstâncias normais, caso para dizer: «mais vale tarde do que nunca».

Sem comentários: