3 de maio de 2005

Uma questão de orientação

O que pode ter este ou mesmo este artigo que não tenha este?
Qual o critério editorial que um jornal regional pode assumir, que o leve a publicar os dois primeiros e sonegar o terceiro?
Caro leitor, a única explicação que me ocorre neste momento pasmante, terá que ver com uma questão de orientação: Este é nascente, portanto o lado oposto a Oeste,, poente como se sabe.
Este, de facto, não é apologético como os dois primeiros. Levanta dúvidas, exige da parte de quem o lê um raciocínio minimamente crítico, gera controvérsia, não pertence ao establisment, não vem do Leste nem vai para Oeste. É somente um artigo de opinião, banal, no qual o seu autor tenta demonstrar numa linha argumentativa e não noticiosa uma posição, uma opinião. No limite, uma tese.
Debalde, o autor acreditou ingenuamente no princípio da liberdade de expressão. Conforta o facto de este, se ter revelado um incómodo.

2 comentários:

José Manuel disse...

Caro ARV,
não sei qual o órgão de comunicação social regional que conseguiu fazer a destrinça. Mas lá que suspeito, suspeito.
É que são vários os casos de recusa de textos, comentários, ou artigos (devidamente assinados e identificados) que tenho conhecimento de terem sido recusados. Nalguns dos casos o tal director consegue ser mesmo mais papista que o papa...
Essa foi, afinal, uma das razões que levou ao aparecimento do "Mais Évora".
Não tem grande utilidade, mas aqui manifesto o meu repúdio pelo acto "censório", seja lá de quem for, e deixo uma palavra de apreço pelo conteúdo e qualidade dos textos aqui publicados.

Um abraço,
Manoelinho

ARV disse...

Caro Manoelinho

Muito me apraz registar essa manifestação de solidariedade, sobretudo pela similitude de experiências vividas. No caso do Mais Évora, com implicações bem mais sérias.

Preocupa mais pela incompetência e pela liturgia papal a que V. Exa. alude, do que por uma preocupação doutrinária sugerida por partes verdadeiramente interessadas.

É do conhecimento geral a importância que os media possuem ao nível da persuasão e condicionamento implícito, pelo que o seu controlo é fundamental. Mas a este nível é ridículo. Tão ridículo como fundamentar a recusa com base em hipotéticos «direitos de resposta entre partidos». A questão nem se coloca nesses termos nem o autor do texto não publicado, pensou alguma vez em defender fossem que interesses partidários fossem, mas tão só contribuir para o esclarecimento e debate em torno de questões que ultrapassam em larga escala as polémicas provincianas e/ou locais.

Um abraço

ARV