25 de abril de 2009

25 de Abril


Contam-se mecanicamente os anos que passam sobre os tempos em que um projecto doméstico de emancipação e esperança nos caiu do céu proveniente da Pontinha, de Santarém e lá dos confins de gerações oprimidas e desrespeitadas. Veio por avião e de barco desde África. Forjou-se pelo desejo de sermos iguais aos outros povos europeus porque nos identificávamos com eles. O desejo de termos direitos e garantias respeitados. E de nos ajudarmos mutuamente para o conseguir. Um desejo, enfim, matizado pela meta de melhorar a condição de um povo. Mas o projecto foi contaminado, pela inevitabilidade da cultura e pelo mau uso das ideologias. Hoje, é celebrado com um travo amargo de impotência, de incontida insatisfação e, por vezes, dispensando-lhe exéquias como a um defunto. As mesmas que, em clara afronta, são identificadas na atitude do presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão por decidir homenagear um ditador num dia de liberdade. Entre avanços e recuos, trinta e cinco anos mecanicamente contados, o projecto democrático continua a ser o mais razoável, cabendo-nos a todos zelar por ele. E entendê-lo muito para lá da exiguidade temporal das nossas existências. Muito para lá do frio que faz lá fora.
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1 comentário:

Anónimo disse...

25 de abril é um dia de festa, é o dia da revolução.
É o dia em que nos libertámos de uma ditadura, é o dia em que dissemos basta, queremos liberdade.
Comemorarei sempre este dia, dia de liberdade, do culminar da luta de um povo.
Muitos morreram, muitos foram torturados, muitos viram as suas vidas viradas do avesso, muitos sofreram nas prisões, muitos lutaram para que acabasse a ditadura e para que vivessemos em liberdade. A todos eles a minha homenagem, pela sua coragem, pela sua bravura.
Vivemos hoje em liberdade porque mulheres e homens não baixaram os braços, não se resignaram, não se deixaram espezinhar. Vivemos hoje em liberdade porque mulheres e homens acharam que valia a pena lutar.
Jamais resignar, lutar sempre.
As conquistas de Abril são importantes.
Lamentavelmente muitos estão a destruir essas conquistas, e não é de agora. Direitos e liberdades têm-nos sido retirados.
E todos temos duas alternativas, ou resignar ou lutar pelas conquistas de Abril.
Eu escolho defender e lutar por Abril.

Não foi em vão que mulheres e homens lutaram no passado por portugal livre

Viva o 25 de Abril